segunda-feira, 31 de outubro de 2011

#FICAGARRINCHA e o CBCE-DF


Moradores de Brasília tentam impedir a mudança de nome do estádio Mané Garrincha

  • Projeto do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014
Projeto do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014
A reforma dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014 não se restringe apenas a mudanças na estrutura dos palcos, mas também vai alterar os nomes já consagrados de alguns dos campos.

 Em Brasília, a população não aprova a mudança de denominação do palco do Distrito Federal para o Mundial no Brasil. O conhecido Mané Garrincha passará a ser chamado de Estádio Nacional. A alteração fez com que os moradores da capital do país se mobilizassem para impedir a mudança por meio de um abaixo-assinado, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo

A mobilização ganhou o reforço da cantora Elza Soares, viúva do bicampeão Garrincha, que criticou a mudança. “É muito triste ver mais uma vez comprovado que o Brasil é um país sem memória. Não se recorda dos seus heróis e seus ídolos”, afirmou em entrevista ao jornal.

O secretário distrital do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, Pedro Fernando Avalone Athayde, é um dos organizadores do movimento “Fica Mané Garrincha” e afirmou que o falecido jogador é o símbolo do ‘futebol-arte’ e sugeriu uma estátua do ponta na frente do estádio.

sábado, 29 de outubro de 2011

Lei Geral da Copa

O 3a1 debate a Lei Geral da Copa e a mudança no perfil dos torcedores.

A Lei, que cria normas para a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, é uma das exigências da Federação Internacional de Futebol (FIFA) para a realização dos eventos no país.

O programa vai discutir o impasse entre os interesses da Fifa e os interesses do torcedor, além da questão da privatização dos estádios, uma tendência mundial.

Participam do programa o professor da UFF Marcos Alvito, fundador da Associação Nacional dos Torcedores e Torcedoras; o repórter Silvio Barsetti (Estadão); e o antropólogo Antônio Oswaldo Cruz (Museu Nacional/UFRJ).

O programa 3 a 1 vai ao ar todas as quartas-feiras às 22h. A apresentação é do jornalista Luiz Carlos Azedo.





segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Educação Física Candanga


Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica

Prof. Dr. João Luiz Gasparin


Data: 24 de novembro de 2011
Horário: 18h às 21h30min
Local: Auditório da Faculdade de Educação Física (FEF/UnB)

A Secretaria Distrital do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE/DF), dando continuidade ao seu ciclo de palestras, e com apoio do Grupo de Pesquisa e Formação Sociocrítica em Educação Física, Esporte e Lazer (Avante/FEF/UnB) convida toda comunidade da Universidade de Brasília para a palestra “Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica” com o Prof. Dr. João Luiz Gasparin (Universidade Estadual de Maringá - PR).
A atividade será realizada no Auditório da Faculdade de Educação Física e o convidado fará uma exposição de 2h, em seguida será aberto para perguntas. Durante a palestra estará à venda o livro “Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica” (Autores Associados, 5. ed. 2011) e ao final terá uma seção de autógrafo com o autor.
A proposta da didática para a pedagogia histórico-crítica é uma alternativa de ação docente-discente na qual o professor não trabalha pelo aluno, mas com o aluno. A proposta de trabalho pedagógico consiste no uso do método dialético prática-teoria-prática. Esta proposta didática no seu processo de ensino-aprendizagem tem como objetivo envolver o educando na aprendizagem significativa dos conteúdos. Desta forma os conteúdos e os procedimentos didáticos são estudados na interligação que mantém com a prática social dos alunos.


Realização:












Apoio:






         


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PARTICIPAÇÃO POPULAR

Como anda o esporte e lazer na sua cidade?
Você quer opinar, sugerir, reinvindicar???
Participe então!



Participação e responsabilidade na construção das cidades

Ajudar o governo a pensar as cidades do Distrito Federal. Este é o objetivo da Conferência Distrital das Cidades Extraordinária. Um diálogo franco e aberto em que os consensos e divergências serão debatidos de forma democrática.
Instituição pública responsável pelas políticas de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Regularização do Distrito Federal, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação — Sedhab chama a sociedade a participar das reuniões da Conferência, onde a população terá a oportunidade de participar de decisões fundamentais para o desenvolvimento urbano e a qualidade de vida na sua cidade. Será o momento de apresentar os problemas do seu cotidiano.
Por isso, a Sedhab vai realizar reuniões preparatórias e conferências locais em todas as cidades do Distrito Federal.
 PRINCIPAIS PONTOS A SEREM DEBATIDOS
  • Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS
A Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo – LUOS constitui um dos instrumentos urbanísticos mais aguardados para regular as categorias de usos e as formas de ocupação dos lotes, ou seja, como e o quanto pode ser construído dentro de cada lote: altura, afastamento e tamanho da edificação. A LUOS estabelece os parâmetros e diretrizes urbanísticas de uso e ocupação do solo.
  • Definição das poligonais das Regiões Administrativas.
  • Definição das Poligonais dos parques.
  • Codigo de Edificações
  • Difinição da composição e organização dos Conselhos das Unidades de Planejamento Territorial (CUP) e dos Conselhos Locais de Planejamento Territorial e Urbano (CL) para estruturação do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Sisplan).
  • Aprovação e implementação dos diversos instrumentos da política urbana, entre eles o Plano Distrital de Habitação de Interesse Social - Plandhis e diversos fundos e conselhos gestores.
  • Integração da política urbana no terrirório: política fundiária, mobilidade e acessibilidade urbana, habitação, qualidade de vida, entre outros.
  • Relação entre os programas governamentais como PAC e Minha Casa, Minha Vida e a política de Desenvolvimento Urbano.
  • Aplicação do estabelecimento no Estatuto da Cidade no Distrito Federal.
COMO SERÃO REALIZADAS AS CONFERÊNCIAS?
Serão realizadas 33 conferências locais: uma em cada cidade do Distrito Federal, sendo duas em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia pelas características socioeconômicas.
Em seguida, serão realizados sete fóruns: um em cada Unidade de Planejamento Territorial (UPT). Sendo concluída com a Conferência Distrital das Cidades Extraordinária.
O QUE A CONFERÊNCIA SE PROPÕE SER:
  • Espaço de diálogos, debate e proposições(deliberações) sobre a política pública de desenvolvimento urbano para o Distrito Federal.
  • Espaço de eleição de representantes que levam adiante as ideias e propostas aprovadas no âmbito dos foruns locais para o encontro final da Conferência.
  • Instância convocada e coordenada pelo poder executivo.
  • Mapeamento dos problemas - consensos e divergências em relação aos problemas das cidades.
O QUE A CONFERÊNCIA NÃO PRETENDE SER:
  • Espaço de deliberações sobre reinvindicações corporativas. O debate deve ser focado em prol do coletivo.
  • Ambiente para denuncismos individuais e práticas de cunho político-ideológico, ainda que essas manifestações sejam legítimas e legais.
  • Instância para aprovação de programas macro, uma vez que existem programas governamentais que cumprem este papel. A ideia é, com base no debate, transformar anseios em propostas claras, estas, sim, aprovadas e priorizadas pelo governo.
  • Espaço anárquico e isento de regras. Haverá um regimento interno com regras, prazos e orientações para a realização dos trabalhos nos fóruns e na Conferência.
  • Espaço para debates acadêmicos apesar de pressupor a importância da participação de especialistas na orientação dos trabalhos. Cabe apenas informar que, ao contrário de um congresso acadêmico, o escopo está mais voltado à formulação de políticas públicas a partir de um diálogo social entre diferentes segmentos - com visões, percepções e demandas diferenciadas acerca dos mesmos temas.



Cronograma de Atividades da Conferência Distrital das Cidades - Extraordinária


ATIVIDADE
DURAÇÃO SUGERIDA
1
Credenciamento
120 min (8:00h às 10:00h)
2
Abertura
30 min (9:00h às 9:30h)
3
Leitura do Regimento
30 min (9:30h às 10:00h)
4
Coffee-Break
20 min (10:00h às 10:20h)
5
Palestras
70 min (10:20h às 11:30h)
6
Formação de grupos
20 min (11:30h às 11:50h)
7
Breves avisos
10 min (11:50h às 12:00h)
7
Intervalo para o almoço
120 min (12:00h às 14:00h)
8
Discussão/formulação propostas
120 min (14:00h às 16:00h)
9
Coffee-Break
20 min (16:00h às 16:20h)
10
Plenária e encaminhamentos
60 min (16:20h às 17:20h)
11
Eleição dos Delegados
40 min (17:20h às 18:00h)
Neste fim de semana, as reuniões acontecem em:
IV - OESTE
RA III - Taguatinga
Auditório do Centro Cultural Taguapark
22/10/2011
05/11/2011
Das 8h às 18h
RA IV- Brazlândia
CRAS Central - Área Especial 01 Norte

22/10/2011
Das 8h às 18h
RA IX - Ceilândia
Faculdade IESB
QNM 31 Área Especial - Ceilândia Norte

22/10/201
05/11/2011
Das 8h às 18h
RA XII - Samambaia
SEST - SENAT 
Centro de Ensino 01 Qd. 303
22/10/2011
05/11/2011
Das 8h às 18h


 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

#FICAGARRINCHA

Movimento Fica Garrincha!


No contexto das obras para a Copa do Mundo de 2014, está sendo reconstruído o maior estádio da capital, inaugurado em 1974 e batizado de Mané Garrincha, em homenagem única a um dos maiores ídolos do futebol. O Governo do Distrito Federal, planeja, porém, mudar o nome do local, que passaria a chamar-se Estádio Nacional de Brasília.

Esse movimento busca reunir todos os que consideram essa atitude inaceitável e ofensiva à história do futebol e do Brasil. Manoel Francisco dos Santos foi o jogador mais extraordinário do futebol mundial, um artista em campo, que representou como ninguém o estilo brasileiro de jogar, com seus dribles desconcertantes. Apelidado com nome de passarinho, Garrincha foi um dos principais responsáveis pela projeção do Brasil no cenário futebolístico, participando das conquistas mundiais de 1958 e 1962.

Diante disso, os abaixo assinados apresentam duas demandas ao Excelentíssimo Governador do Distrito Federal, senhor Agnelo Queiroz:

1)   Que o nome do Estádio seja mantido;
2)   Que seja erguido um busto e construído um memorial em homenagem a Mané Garrincha no Estádio renovado.

Não haveria oportunidade melhor para mostrar a todo o mundo que o Brasil sabe valorizar sua memória e sua gente.
Por SILVIO RICARDO DA SILVA


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O Estádio Mané Garrincha em Brasília foi inaugurado em 1974. Agora, em reforma para a Copa 2014, passados quase 40 anos, agora querem mudar seu nome para o amorfo nome de Estádio Nacional de Brasília. Muito mais "nacional" é o que Garrincha representou e continua representando para o esporte brasileiro! Fato raro no Brasil, Mané Garrincha foi homenageado por todos os brasileiros ainda vivo, então aos 40 anos de idade! Homenageado pelo que fez pelo esporte nacional não somente por botafoguenses, mas por todos os brasileiros que o reconhecem também como o principal responsável pelas conquistas das Copas do Mundo de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Assim, esta manifestação/abaixo-assinado representa a vontade popular dos brasileiros, lutando pela manutenção do nome Mané Garrincha no reformado Estádio, mantendo a memória do Brasil nos esportes! Cabe lembrar que todos os demais estádios em reforma para 2014 continuarão a manter seu nome! Não queremos acreditar, mas será que elegeram Mané Garrincha para apagar da História somente por que o Estádio Mané Garrincha foi construído durante o período militar, em 1974? Alheio a isso, o povo brasileiro, soberano, clama pela Manutenção do Nome MANÉ GARRINCHA no Estádio de Brasília!

Os signatários http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N14271

Educação Física Candanga


PLANALTINA

QUALIFICANDO OS ESPAÇOS PÚBLICOS IV
SÁBADO 22/10/2011


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PLS 191 Carlos Mota

Eu vou estar nessa audiência pública! Eu apoio o Projeto de Lei Carlos Mota! Pela proteção ao professor no desenvolvimento do seu trabalho!
em tempo, eu trabalhava no CEF Lago Oeste (agora CEF Carlos Mota) quando nosso diretor foi covardemente assassinado! Assassinado pelo motivo de acreditar no ofício de educador e lutar pela educação de qualidade a todos e todas! Carlos Mota tem meu sincero respeito! Fico feliz que o PL em questão leve seu nome!


Audiência Pública no Senado vai discutir proteção a professores(as)



Na próxima segunda-feira, dia 17, às 9h, será realizada audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal para discutir o PLS 191, de 2009, que estabelece procedimentos de socialização e de prestação jurisdicional e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor oriunda da relação de educação. A proposta é de autoria do deputado Paulo Paim (PT-SP), mas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pretende incluir emenda ao projeto para tornar crime hediondo o assassinato de professores(as) que tenha como causa a sua atuação como educadoras(es). O Sinpro-DF será representado na oportunidade pela diretora da entidade Rosilene Corrêa.
A idéia partiu da viúva do professor Carlos Mota, barbaramente assassinado na porta de casa porque combatia o tráfico nas imediações da escola no Lago Oeste em que era diretor. Rita de Cássia acredita que essa inclusão tornará a lei ainda mais efetiva no combate à violência contra os educadores. Ela afirmou ainda que os dois senadores viram com simpatia a sua sugestão de que, caso aprovada, a lei seja batizada de Carlos Mota, em homenagem ao educador e a todos os professores de Brasília.

sábado, 8 de outubro de 2011

Educação Estética

Essa animação nos traz boas reflexões sobre a Educação! O que podemos fazer para mudar esses paradigmas? Estou certo que a superação desse nosso modelo falido de sociedade (capitalista) passa necessariamente pela transformação radical da escola!


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

#FORARICARDOTEIXEIRA




O excepcional mundo da Fifa
 
Projeto de Lei da Copa vai para o Congresso cheio de regalias à Fifa, confirmando conceito de “cidades de exceção”, de Carlos Vainer. A Fifa ainda acha pouco.
 

Jornal Brasil de Fato
Vinicius Mansur de Brasília (DF)
 
O GOVERNO FEDERAL enviou o o PL 2330/11 à Câmara dos Deputados no último dia 19.
 
A provação do projeto é uma das exigências da Fifa ao Estado brasileiro para a realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
 
O texto está recheado de privilégios aos donos do futebol internacional, mas os principais atores desse processo se esforçam para dar outra interpretação.
 
De um lado, o governo brasileiro, através de declarações da Casa Civil à imprensa, afirmou não se subordinar às ameaças da Fifa e garantiu o direito de idosos pagarem meia entrada nos jogos, transferiu as decisões sobre a meia entrada para estudantes e sobre o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios para o âmbito estadual, não deu a urgência esperada pela entidade à tramitação do PL, entre outras.
 
Por outro lado, a Fifa, que em geral elogia rapidamente as medidas governamentais a seu favor, não se pronunciou sobre o PL.
E como o contrato entre as partes estabelece o dia 1º de junho de 2012 como prazo final para rescisão sem pagamento de multa, ou seja, cancelamento da Copa no Brasil, a Fifa segue suas chantagens de bastidores como um jovem mimado dono da bola: ou acata-se todos seus desejos, ou não há jogo.
 
Também não agrada a Fifa a obrigatoriedade de fazer um vídeo de ao menos 6 minutos, no máximo até duas horas depois da partida, e ceder pelo menos 10% de cada partida e 30 segundos das cerimônias de abertura e encerramento da Copa às emissoras brasileiras que não compraram os direitos de transmissão.
 
“As áreas escolhidas viram exclusividade da Fifa. Até o transporte coletivo se transformará em mostruário de publicidade cedida a essas instituições privadas internacionais”
 
O que diz a lei
 
O projeto de Lei Geral da Copa 2014 se dedica, sobretudo, à propriedade intelectual de símbolos e marcas da Fifa e da Copa. Apesar da legislação brasileira já abarcar o tema, a Fifa será privilegiada com uma lei específi ca para proteger os seus “produtos simbólicos”.
O parágrafo 2º do artigo 5º do projeto deixa clara a exceção aberta à entidade: “A concessão e manutenção das proteções especiais das marcas de alto renome e das marcas notoriamente conhecidas [da Fifa] deverão observar as leis e regulamentos aplicáveis no Brasil após o término do prazo estabelecido no [31 de dezembro de 2014]”.
 
“A cidade é expropriada do controle do seu próprio território. Tanto é que o prefeito do Rio entregou a chave ao Joseph Blatter, um cidadão denunciado na Europa por corrupção”
 
As marcas e símbolos Fifa e Copa do Mundo terão tratamento especial do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), podendo ser registrados de graça e em até 60 dias. A falsificação e comercialização – sem aval da Fifa – destes símbolos serão considerados crimes com punição de até um ano de cadeia ou multa. O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), órgão gestor de domínios na internet, deverá impedir o registro de qualquer domínio que lembre as marcas da Copa e da Fifa. Para evitar a promoção de eventos ou empresas em cima de suas marcas, a Fifa inseriu no PL a proibição ao que chama de “marketing de emboscada por associação” e “marketing de emboscada por intrusão”, o que lhe dá poderes de “quase censura”. (Veja o box “Conf itos com as marcas da Fifa”).
 
Controle do território
 
O PL proíbe diversas modalidades de publicidade nos chamados “Locais Oficiais de Competição” e nas suas imediações – as suas principais vias de acesso e lugares que sejam claramente visíveis a partir daqueles, diz o texto do projeto. Na prática, estes locais tornam-se quase uma jurisdição da Fifa. O comércio nessas imediações, inclusive os legalizados, não só os informais, correm risco de fechamento. Nos megaeventos esportivos, só os parceiros oficiais de seus realizadores tem atividade comercial liberada nessas áreas.
“Um bar que vende uma cerveja que não seja aquela patrocinadora da Fifa corre o risco de ser fechado. Nos Jogos Pan-Americanos [no Rio, em 2007], o contrato feito pelo comitê organizador com uma empresa de comida rápida levou as pessoas a serem revistadas para ver se não estavam levando um sanduíche ‘ilegal’. O Ministério Público entrou com uma ação e essa revista acabou sendo suspensa. Os táxis não podiam entrar dentro da Vila Olímpica para pegar passageiros. Com a Lei Geral da Copa, as áreas escolhidas pelo comitê organizador viram exclusividade publicitária da Fifa, até o transporte coletivo se transformará em mostruário de publicidade cedida gratuitamente a essas instituições privadas internacionais”, exemplifica o professor titular de Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, Carlos Vainer.
 
Os ingressos para o mundial terão seus preços definidos pela Fifa e não precisarão constar nos bilhetes, como o Estatuto do Torcedor obriga
 
Vainer trabalha com o conceito de “cidades de exceção” para definir a transformação pela qual passam as cidades, especialmente aquelas sedes de megaeventos esportivos: “A cidade é expropriada do controle do seu próprio território. Não espanta que o prefeito do Rio tenha entregue a chave ao senhor Joseph Blatter [presidente da Fifa], um cidadão que vem sendo denunciado na Europa por corrupção. A cidade não o elegeu cidadão, não entregou poderes de governo a uma instituição privada sobre a cidade”.
O PL diz também que o acesso das pessoas e da imprensa aos eventos será controlado de forma absoluta pela Fifa e ela poderá colocar dentro do estádio – e até do país – quem bem entender. Os vistos e permissões serão emitidos em caráter prioritário, sem qualquer custo, para todos os indicados pela organização do evento, com algumas restrições previstas pelo Conselho Nacional de Imigração.
 
Mais um exemplo que confirma o conceito de cidades de exceção. “É da natureza de todo Estado soberano determinar como se faz o ingresso dos estrangeiros em seu território. Mas essa lei entrega a uma instituição privada o poder consular, isso é anti-constitucional, mas é uma lei enviada pelo governo nacional. Assim se constrói a legislação de exceção, que tem a forma da legalidade, mas na verdade fica à margem da lei – na medida em que a lei tem como princípios fundamentais a universalidade e a impessoalidade – gerando uma lei especial para alguns privilegiados e entregando a cidade ao desregramento total”, explica.
 
Apesar de não constarem no PL, caminha nesse mesmo sentido a série de incentivos econômicos dados pelo Estado a entidade máxima do futebol mundial (veja o box “Outros privilégios à Fifa”). Por exemplo, o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), aprovado em agosto deste ano, é mais uma lei criada exclusivamente para as licitações e contratos relativos aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 e à Copa 2014, flexibilizando a contratação, permitindo sigilo dos custos das obras, dispensa publicação no Diário Oficial e permite que os municípios e os estados se endividem acima dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
 
“Essa lei entrega a uma instituição privada o poder consular, isso é anticonstitucional, mas é uma lei enviada pelo governo nacional”
 
“O governo diz que o RDC permite controle, redução de custos, por que não usá-lo também para escolas e hospitais? Se é tão bom, por que não é geral? Por que municípios não podem se endividar acima dos limites para combater enchentes, para fazer esgotamento sanitário, etc., mas pode para fazer um estádio?”, indaga Vainer.
 
Enquanto isso, a consultoria legislativa do Senado informou, no último dia 20, que as obras do Mundial de 2014 ficaram R$ 6,829 bilhões mais caras de janeiro a setembro deste ano – aumento de 28,7% em oito meses.
 
Estatuto do Torcedor
 
Os ingressos para o mundial terão seus preços definidos exclusivamente pela Fifa e não precisarão constar nos bilhetes, como o Estatuto do Torcedor obriga no Brasil. Assim, os ingressos poderão oscilar de preço no transcorrer da competição. Há também um conflito quanto ao cancelamento, adiamento ou mudança de local do evento esportivo. Caso estas situações ocorram por conta de seu organizador, a lei brasileira diz que aqueles que já adquiriram o ingresso têm direito à devolução do valor pago e também indenização por eventuais custos que tenha tido.
 
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Outros privilégios à Fifa
• Isenção do adiantamento de custas, emolumentos, caução, honorários periciais e quaisquer outras despesas devidas aos órgãos da Justiça Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Militar da União, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e Territórios, em qualquer instância, e aos tribunais superiores, assim como não serão condenados em custas e despesas processuais, salvo comprovada má-fé.
• A Lei nº 12.350, de dezembro de 2010, garante isenção fiscal à Fifa e ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa. A expectativa é que haja uma renúncia de impostos de cerca de R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 900 de tributos federais e R$ 300 milhões do Imposto Sobre Serviços (ISS), arrecadado pelos municípios.
• O Decreto nº 7.319, de setembro do mesmo ano, também regulamentou a isenção da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), do Programa de Interação Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) para as obras de reforma e construção de estádios usados no mundial.
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Tramitação
O governo enviou o PL 2330/11 com pedido de prioridade, e não de urgência, como queria a Fifa. Ele será analisado por comissão especial, onde deverão estar integrantes das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Defesa do Consumidor; de Turismo e Desporto; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que a proposta só deve ser votada pela Casa no ano que vem.
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Conflitos com as “marcas” da Fifa
Os caprichos da Fifa irritaram muitos sul-africanos na Copa de 2010. A companhia aérea Kulula ironizou as restrições feitas em benefício da Fifa e fez um anúncio publicitário, em março de 2010, dizendo-se “A transportadora Nacional Não-Oficial da Você-Sabe-o-Que”. A peça trazia desenho de estádios, apitos, bolas de futebol, bandeiras da África do Sul e as cornetas “vuvuzelas”. Em um comunicado, a Fifa disse que não proibia o uso dos desenhos. Segundo a entidade, é a combinação desses elementos que foi proibida, classificados como “marketing de emboscada”. A Kulula retirou a peça de circulação. Dias depois, lançou novo anúncio com o slogan “Não no próximo ano, não no ano passado, mas em algum lugar no meio” e em letras menores “Há várias outras razões para viajar o nosso país este ano além daquela coisa que não nos atreveríamos a mencionar”. No novo desenho, os publicitários chamaram as vuvuzelas de “definitivamente, definitivamente um pino de golfe”, a bandeira da África do Sul tornou-se “toalha de praia colorida”, bolas de outros esportes substituíram as de futebol e o estádio foi substituído pela ponte suspensa do rio Storms. A irritação sul-africana com a entidade também fez surgir camisetas com a inscrição “Mafifa” e o movimento com nome cujo trocadilho é intraduzível: “Fick Fufa“