sábado, 17 de março de 2012

Boletim (In)Formativo


III ENCONTRO INTERNACIONAL TRABALHO E PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES - 28, 29 e 30 de março de 2012/Fortaleza-Ce

Local do Evento: Auditório Valnir Chagas, na Faculdade de Educação (FACED). Rua Valdery Uchoa, nº 01 - Benfica.
Fonte:  http://encontrointernacionaltrabalho3.blogspot.com.br/
Haverá certificação para os participantes (no último dia do Evento)

APRESENTAÇÃO

A Universidade Federal do Ceará realiza, por meio do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional – LABOR, o III Encontro Internacional Trabalho e Perspectivas de Formação dos Trabalhadores, com a finalidade de contribuir com o debate em torno da formação humana integral, a partir dos modelos diversos da Educação Profissional, e sua relação com o desenvolvimento econômico como meio para a democratização econômica, social e política do Brasil.

O III Encontro Internacional do LABOR dá seqüência aos anteriores em suas temáticas, mas define a opção de dedicar seu foco ao Brasil, mais especificamente à Região Nordeste, contextualizada no panorama geo-político latino-americano e mundial. Por outro lado, o formato do evento desloca-se no sentido de um grande colóquio, com Mesas Redondas e Conferências Magnas, voltando-se, desta forma, mais para a difusão e debate de idéias e teorias referenciais da educação, trabalho, formação humana, desenvolvimento e democracia social.

Parte-se da consideração do processo de Globalização Capitalista, associado à reestruturação produtiva, tecnológica, gerencial e informacional, como a base das transformações no quadro econômico-social, político e ideológico da sociedade brasileira. Particularmente, no Brasil, se vinha observando nas últimas décadas do Século XX, com a imposição do receituário liberal, uma forte tendência à dilapidação e degradação das redes públicas de ensino, penalizando a população trabalhadora, principalmente os setores social e economicamente mais carentes. A educação técnica e profissional seguiu, neste período, as determinações de fragmentação curricular, dualismo estrutural, segmentação e mercantilização da formação profissional que emanavam da lógica liberal difundida pelos organismos internacionais (FMI, OMC, BIRD et all) e imposta pelas políticas neo-liberais. O desenvolvimento econômico subalterno reservava ao país o papel de subsidiário do capitalismo estadunidense, sem relevância mundial, sem autonomia e sem consideração dos mercados interno, latino-americano e do terceiro-mundo. Como corolário dessas determinações econômicas e políticas, o quadro social deteriorava-se sensivelmente, evidenciado em dados como elevadas taxas de desemprego e baixos salários, sinalizando a queda na qualidade global de vida dos setores sociais subalternos.

Nos últimos 10 anos, com a derrocada da hegemonia neoliberal no país, observou-se o início da reversão de elementos desse panorama apontado acima, e com a implementação de políticas voltadas ao fortalecimento da educação pública, juntamente com a educação profissional e superior. A implantação do FUNDEB, a reestruturação e expansão da Universidade Pública, a criação, reestruturação e expansão dos Institutos Federais, o FUNDEP, entre outros aspectos, acenam para um quadro de otimismo perspectivo para a educação brasileira desta segunda década do século XXI. Acrescente-se a isso o elemento central de nosso debate neste encontro científico, acadêmico e profissional: reforçaram-se, reestruturaram-se e foram criadas novas políticas para a educação profissional, mormente em sua modalidade integrada ao ensino médio propedêutico. As experiências atualmente em curso, entre as quais ressalte-se a vigorosa expansão da Rede Federal de Educação Ciência e Tecnologia, a implantação da Rede de Escolas Públicas de Ensino Médio Profissional (exemplo do estado do Ceará), o desenvolvimento da rede CENTEC/CVT e a reestruturação do Sistema “S”, apontam para a importância central do tema da Educação Integral e Qualificação Profissional como importante eixo da formação da juventude e da classe trabalhadora como um todo. Queremos debater estes modelos de formação na perspectiva não apenas de estruturas de suporte ao desenvolvimento econômico pelo fornecimento de educação técnica e profissional, mas incluindo suas possibilidades de tornar-se espaço de desenvolvimento humano pleno e alavanca de democratização e desenvolvimento social.

Torna-se fundamental, neste contexto, debater os caminhos da educação que integre a formação cultural, humana e científica ampla ao ensino técnico e profissional, dentro de referenciais educacionais que incluam as demandas do desenvolvimento econômico nacional, gestado a partir do respeito pela necessária sustentabilidade social e ecológica de todas as atividades humanas, incluindo o trabalho produtivo e o desenvolvimento econômico com vistas à equidade social. Busca-se, assim, apontar para a compreensão das necessidades de qualificação profissional dos trabalhadores considerando aspectos críticos, filosóficos, éticos, ecológicos, sociológicos, políticos e culturais nos programas educacionais dessas redes.

Emerge ainda como ponto central, neste debate, alertar para a necessidade de formação dos educadores envolvidos nestas variadas modalidades da formação humana. O fator humano-docente parece ser elemento de entrave ainda sensível dos variados sistemas se projetados numa perspectiva mais ampla e crítica. Embora capacitados tecnicamente, os docentes da educação técnica e profissional, em geral, não possuem formação que inclua a concepção do Trabalho como princípio educativo na escola ou, mesmo, uma consolidada percepção pedagógica da relação entre o mundo do trabalho e o processo de ensino, articulado ao desenvolvimento dos potenciais humanos plenos dos educandos-trabalhadores. As necessidades de formação técnica e profissional para o desenvolvimento nacional e regional, associadas à premência da discussão das formas sustentáveis ecológica e socialmente para este desenvolvimento deverão se tornar as balizas dessa formação.

OBJETIVOS

1. Estabelecer intercâmbio entre pesquisadores, professores e profissionais de diversas Universidades, Institutos Federais, Redes Estaduais e Municipais, Órgãos e Secretarias de Estado e de Municípios, Instituições e Sistemas de Educação Profissional, Sindicatos, estudantes e demais interessados, voltados para o tema da qualificação para o trabalho e a formação humana integral;
2. Atualizar o debate sobre as políticas de desenvolvimento econômico e social para o Brasil e a América latina, situando-as no referencial da sustentabilidade ecológica e do desenvolvimento humano socialmente equitativo;
3. Analisar e abrir espaços de debate sobre os referenciais teórico-pedagógicos dos programas e projetos de formação profissional dos jovens trabalhadores;
4. Debater os referenciais da formação humana integral associada à educação técnica e profissional;
5. Analisar e discutir as políticas de expansão das redes Federal e Estadual de Ensino Médio Integrado;
6. Debater o papel das redes CENTEC/CVT e Sistema “S” e a possibilidade de formação integral;
7. Discutir os caminhos e referenciais para a formação e requalificação dos profissionais docentes das redes de formação técnica e profissional;
8. Discutir as políticas e programas de financiamento da educação profissional no Brasil e no Estado do Ceará.

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