sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Obrigado por me lembrar porque ser contra o CREF CONFEF


Ao ler essa entrevista com o presidente do CREF 13, me lembrei de tudo o que me fez ser contra o Sistema CREF/CONFEF nos últimos 14 anos.
Primeiro a prepotência e ingerência de um órgão que atua para impedir o trabalho de pessoas que atuam no futebol, simplesmente para garantir "empregabilidade" e "espaço" ao profissional de Educação Física. Sou a favor que tenha na equipe multiprofissional no futebol, o professor de Educação Física, que vai atuar principalmente na parte de preparação física, mas um treinador que intervém principalmente no aspecto tático de uma equipe profissional de futebol não precisa ser necessariamente formado "apenas" em Educação Física. 
Porque será que o CREF/CONFEF escolheu o futebol como ação? Porque atua somente localizadamente? Quando quiseram atuar o Dunga e a CBF reagiu, porque ficou calado? Quais os interesses financeiros por trás disso?
Mas o pior, o que me causa asco, é a pretensão desse conselho mequetrefe, que agir nas escolas. Elegendo ano da Educação Física Escolar (2010 e 2011). Constrangendo e humilhando professores de Educação Física que atuam nas escolas (públicas e privadas), multando instituições de ensino pela falta de registro (tenho provas disso). 
Nenhum conselho profissional tem competência para fiscalizar a DOCÊNCIA! O professor de medicina não precisa de CRM para dar aulas, o professor de direito não precisa de OAB e assim por diante. Mas o CREF se acha acima das leis. Por que? Porque mais de 70% dos profissionais da área atuam em escolas e isso significa um grande campo a $er explorado...$$$$$$$$$$$$$$$$!
Pense e anilse criticamente a entrevista abaixo:

Entrevista presidente do CREF13/BA-SE, Paulo César Vieira
REVISTA EF – Como foi a repercussão pela opinião pública e sociedade em relação ao episódio em que o técnico do Bahia, Chiquinho de Assis, foi impedido de entrar em campo por estar em situação irregular junto ao Conselho?
Presidente do CREF13/BA-SE, Paulo César Vieira de Lima – Recebemos diversos e-mails e telefonemas parabenizando a ação. E é bom que fique bem claro que o técnico do Bahia já tinha sido notificado algumas vezes, inclusive no torneio início do campeonato baiano. No entanto, não tomou nenhuma providência. O caminho então que o Conselho optou foi tomar as providências que a lei nos permite, ou seja, de retirá-lo das atividades.

O que levou ao CREF13/BA-SE escolher o segmento do futebol como umas das prioridades para as ações em 2011?
Há uma incidência muito grande de pessoas atuando sem registro profissional no futebol, sem possuir o conhecimento técnico para desenvolver as atividades. Estamos falando especialmente do técnico, do auxiliar técnico, do preparador físico, de goleiros etc. É um segmento que precisa ser fiscalizado fortemente.

Voltando ao caso do técnico da Bahia, o Sr. Acha que falta maior preocupação por parte das federações, ou seja, das entidades que organizam esses torneios?
Nós já havíamos conversado com a Federação Baiana de Futebol (FSB) desde 2008, pedindo que eles tomassem providências cabíveis. De lá pra cá tivemos algumas notificações. Inclusive, a própria federação foi notificada em 2008. A entidade colocou no artigo 49 do regulamento que os clubes locais são “orientados” pelo Conselho Regional de Educação Física para que contratem como membros da comissão técnica apenas profissionais inscritos no Conselho, enquanto, quando citam o Cremeb (Conselho Regional de Medicina da Bahia), os clubes são “obrigados” a possuir um médico no banco de reservas. Com isso, a gente acaba tendo que buscar esse alinhamento no campo judicial, visto que, como são duas profissões da área da Saúde, entendemos que o tratamento deveria ser igual não acha?
Então o Conselho também luta pela alteração do regulamento dos próximos campeonatos organizados pela Federação?
Exatamente. A gente tem um estado muito grande. São 417 municípios. Então por mais estrutura que tenhamos fica difícil fiscalizar um torneio municipal que possui mais de 200 municípios participantes.

Qual é o objetivo de toda essa fiscalização no futebol? De que forma essas ações impactam na intervenção do Profissional de Educação Física?
Os objetivos são: coibir o exercício ilegal da profissão, garantir a empregabilidade e o espaço ao Profissional de Educação Física habilitado, defender a sociedade para que ela tenha direito de ser assistida por um Profissional qualificado no que tange às atividades físicas e esportivas e a própria moralização da Educação Física que, por ser uma profissão com pouco tempo de regulamentação, muita gente ainda exerce mesmo sem ter a formação e o registro. Basta lembrar a nossa luta no ano passado quanto à possível criação do cargo do Monitor de Esporte, cargo que seria ocupado por ex-atletas (o artigo já foi suprimido do projeto de lei).

Quais as perspectivas para o CREF13 em relação à fiscalização?
Nós pretendemos ampliar esse raio de ação, principalmente nas escolas, onde temos atividades físicas e esportivas sendo desenvolvidas por pessoas sem registro. Temos trabalhado junto ao Governo do Estado da Bahia para fazer parcerias que façam com que os profissionais que atuam na rede pública sejam todos registrados. Hoje temos leis aprovadas nos municípios de Ilhéus, Barreiras e, até mesmo, na capital Salvador que determina que qualquer pessoa que atue na área possua o registro profissional. E em Sergipe temos uma lei estadual neste sentido.
Nota: O artigo 32 do campeonato baiano determina que “os clubes(...) deverão, obrigatoriamente, incluir no banco de reservas, em todos os jogos, um médico por eles contratado, devidamente inscrito no CRM, e, em caso de descumprimento a este dispositivo, responderão a processo disciplinar perante o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado da Bahia(...)”. 

Fonte: CREF13

Um comentário:

  1. Obrigada por me lembrar também Tatu. Mesmo tentando entender o que acontece nas relações dos CREFs regionais, é muito precipitado tentar excluir do trabalho na área da ef pessoas que possuem conhecimentos maravilhosos adquiridos a partir da experiência legitima que é a vida. As graduações em EF são excelentes em aproximações com o campo, mas não são a única fonte dos conhecimentos que cercam a cultura do movimento humano.

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